quinta-feira, 4 de março de 2010

Carta de um cracoviano

Querida mamãeski,

As coisas não vão indo bem, aqui no Brasil.

A minha esposa Marianiki, que também é tua nora, ficou adoentada e a levei ao ginecologista. Imediatamente, ele nos perguntou se tínhamos orgasmo. Fomos embora na hora, pois só tínhamos Golden Cross.

Se não bastasse isto, teu filho é um fracassado nos negócios. Primeiramente, comprei um taxi, mas não conseguimos nenhum passageiro. Ainda bem que a Maria estava sempre no banco do passageiro me consolando. O apoio dela foi fundamental.

Então, fui trabalhar numa loja de carros e fui despedido logo no primeiro dia. Imagine só: para cada Uno vendido, eu dava um Prêmio de presente e ainda estou sendo processado por furto!

Novamente tentei ser empresário. Abri um parque de diversões e, atendendo ao apelo dos clientes sadomasoquistas, construí um cinema 180 graus... Infelizmente, eles não resistiram e morreram carbonizados.
Fecharam o parque e atualmente respondo a um processo por homicídio doloso.

Arrasado, tentei outro emprego, desta vez em uma loja de tecidos na 25 de Março. As coisas não estavam indo bem e o Sr. Assad me pediu que fizesse uma "queima de estoque". Não entendi. Mas ordens são ordens... Queimou o quarteirão inteiro! Fui despedido e falaram que a culpa era toda minha, razão pela qual estou respondendo a um processo por tentativa de homicídio e outro por destruição de patrimônio.

Nem ao menos posso me divertir andando de skate. Aqui no Brasil só tem subida, ora pois!

Na verdade, o povo daqui é muito estranho. Entrei um dia desses em um elevador de um prédio e o motorista me perguntou em que andar eu iria. Ai resmunguei:
- Qualquer um! Já entrei no prédio errado mesmo...

E, se não bastasse tudo isso, acabei com o pouco dinheiro ao comprar uma caixa de naftalinas para matar as baratas que andam pela minha casa. O problema é que minha pontaria é uma droga e não consegui acertar nenhuma.

Aí eu comecei a jogar e fui conferir o jogo da Mega-sena. Me ocorreu algo engraçado: eu sempre perdia. Ao conferir um jogo, descobri que tinha empatado. Joguei o bilhete fora, ora pois. Será que algum dia eu vou ganhar?

Te escrevo agora da prisão, pois levava Marianiki para passear e meu furgão. Nisso fui abordado por um policial que me pediu o documento da besta. Imediatamente, dei meu passaporte. Não é que o guarda me ofendeu? E pediu então o documento da perua, ao que dei o passaporte da Marianiki. Não é que o tal guarda ficou nervoso e me ordenou que saísse do carro e colocasse as mãos na cabeça? Mamãeski, juro que não tive culpa e a peruca dele caiu. O homem ficou uma fera !

Mamãeski, não vou poder pegar o Manoloviski no aeroporto amanhã, pois estou na cadeia. Mas peça para ele me aguardar. Quando sair daqui vou buscá-lo lá mesmo.

Um beijo do seu eterno

Joaquinski Manoelon
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